O Amor na Filosofia

 

O termo remete a uma pluralidade de sentimentos que diferem tanto por seu objeto (amor materno, amor pela pátria...) quanto por sua finalidade (do desejo sexual ao "amor puro" dos teólogos que, totalmente desinteressado, visa ao próprio Deus). Seu único ponto comum seria levar o sujeito rumo a um "objeto" admitido como bom.

Freud mostra que a sexualidade fundamenta todas essas manifestações, mas nesse ponto só faz retomar uma tradição filosófica: Empédocles já via no amor sexual (ou concórdia) o princípio da união momentânea dos elementos do Mundo; em O Banquete, Platão baliza o ponto de partida das formas mais intelectualizadas ou místicas do amor; os escolásticos irão isolá-lo sob a denominação de "amor de concupiscência" para opô-lo ao "amor de benevolência", que é o único, na opinião deles, a ter um alcance moral.

Admite-se que em geral que o amor se opõe ao egoísmo. "Amar é se rejubilar com a felicidade do outro" (cf. Leibniz), mas isso evidentemente levanta um problema no caso do amor captativo ou possessivo, onde o sujeito que ama parece só levar em conta sua própria necessidade.

 

Eros e Tanatos

Era designa o amor e o deus do Amor na Antigüidade grega. A ambigüidade da noção é sublinhada por Platão, Eros sendo mitologia filho de Poros (Riqueza) e Penia (Pobreza): pobreza, pois o desejo amoroso, exprime a carência, e riqueza, pelo sentimento de plenitude que acompanha o amor.

Outra ambigüidade: o Eros inferior (amor carnal) é distinto do Eros que conduz o amor divino, embora nos elevemos em níveis de um ao outro em virtude da dialética ascendente.

Em Freud, por oposição a Eros, que representa as pulsões de vida --- pulsões sexuais e de autoconservação ---, Tanatos (morte em grego) designas as pulsões de morte, que se traduzem seja por uma tendência à autodestruição, seja por uma agressividade dirigida ao exterior. Pelas pulsões de morte, o indivíduo tenta evitar as tensões e finalmente voltar ao estado inorgânico.

 

Fonte de consulta: DICIONÁRIO DE FILOSOFIA

Gérard Durozoi e André Roussel

Editora Papirus - 3º edição - pgs. 25, 26 e 159

 

 

 

Sibele Ligório é contabilista, técnica em informática e acadêmica de Filosofia pela PUC - Campinas. É criadora do site Vida em Poesia.