Dois estilos literários do Brasil na era colonial

 

 

Dois estilos literários muitos significativos no Brasil, ainda na era Colonial, quando nossa literatura era influenciada por Portugal foram o Barroco e o Arcadismo. A seguir veremos um pouco sobre cada um.

 

 

O Barroco

No Brasil, iniciou-se a partir do ciclo do ouro (nos séculos XVII e XVIII), abrangendo todas as atividades culturais, sendo a primeira escola artística que formulou marcas tipicamente brasileiras, representando um sentimento nacionalista.

Suas características são notadas pelas diferenças, pelo jogo dos opostos (como o bem-mal, céu e terra, alegria e tristeza, pureza e pecado), pela abundância de detalhes e ornamentos, e apresentava diferenças em relação ao europeu.

O barroco encontrado em Minas Gerais, é significativo pela proximidade com a arte das cidades portuguesas de Braga e do Porto. Um exemplo, são as obras de Aleijadinho, em Congonhas do Campo e Ouro Preto.

A integração das artes foi característica do barroco mineiro, devido ao trabalho sistemático, experimentando materiais locais e suas aplicações ideais, o aperfeiçoamento na arte de construir foi sucessivo.

Houve também, uma mudança social, os artistas da região das minas eram estimulados pelo novo estilo e a sociedade tornou-se mais flexível, menos rígida e menos preconceituosa com os artistas mulatos e caboclos, existindo assim, uma consciência profissional e nacional.

Na literatura de Portugal foi representado por Francisco Rodrigues Lobo, com A corte na aldeia, obras escrita em 1619, e Francisco Manuel de Melo, com Escritório do avarento; ambos deram início ao barroco literário. Porém o escritor com maior destaque foi o padre Antônio Vieira, que representou tanto Portugal como o Brasil.


Como no Brasil foi o primeiro estilo praticado, o barroco marcou profundamente a sensibilidade artística do brasileiro, de tal forma que até mesmo na arte moderna é possível notas traços do estilo. Se nas artes plásticas o barroco encontrou ampla aceitação, isso não ocorreu na literatura, onde os escritores apenas esboçavam alguma reação.

 

O Arcadismo

No Brasil, os poetas que melhor representaram o movimento foram Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga; ambos participaram da Inconfidência Mineira, movimento político que visava a emancipação do Brasil em relação a Portugal.

Os poetas Basílio da Gama, Alvarenga Peixoto e Silva Alvarenga também foram representativos no Arcadismo. Todos concentravam-se na cidade mineira de Vila Rica, centro da atividade mineradora e mais importante centro urbano do país nesse período. No Rio de Janeiro, nos anos entre os séculos XVIII e XIX, várias mudanças na política e econômia modificaram o país, também devido pela expansão dos órgãos de imprensa.

Contrariando os movimentos anteriores, onde ose eitores buscavam isolamento e as obras eram limitadas ao país, no Arcadismo estes se reuniam em academias e sociedades literárias.

O descontentamento com a exploração de Portugal, culminaram na Inconfidência Mineira, movida por um pequeno grupo de letrados, alguns ex-estudantes da Universidade de Coimbra, onde tiveram acesso com as novas idéias e doutrinas políticas.

No Brasil o Arcadismo iniciou com a publicação de Obras, de Cláudio Manuel da Costa, em 1768. Influenciado por teorias francesas e italianas, os adeptos do Arcadismo, buscavam a simplicidade da língua literária, ainda com vestígios dos excessos retóricos e por formas degeneradas do Barroco.

 

 

 

Sibele Ligório é contabilista, técnica em informática e acadêmica de Filosofia pela PUC - Campinas. É criadora do site Vida em Poesia.