Dois estilos literários do Brasil na era nacional

 

 

O Romantismo e o Parnasianismo foram dois estilos literários, que muito influenciaram a cultura e a literatura nacional. Vamos conhecer abaixo, um pouco de cada um.

 

O Romantismo

O movimento romântico na literatura brasileira foi anti-colonialista, de traços nacionalistas, onde os escritores recorriam ao indigenismo (um bom exemplo é o livro "Iracema", escrito em 1875 por José de Alencar), ao folclore, ao regionalismo, procurando pela primeira vez firmar uma língua literária brasileira, numa literatura marcada pelo patriotismo.

O poeta Gonçalves de Magalhães, publicou em 1836 sua obra "Suspiros poéticos e Saudades", que foi o marco do movimento romântico brasileiro.

Seguiram-se então, três gerações de poetas românticos: a primeira, nacionalista, indigenista e religiosa, com Gonçalves Dias.

Na segunda, também conhecida como ultra-romantismo, de características pessimistas, egocêntricas e mórbidas, com Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela e Junqueira Freire.

A terceira geração, conhecida como "Grupo Condoreiro" (de estilo elevado), foi representada pelo poeta Castro Alves que defendeu a abolição da escravatura e idéias liberais.

 

O Parnasianismo

 

O movimento parnasiano brasileiro foi muito importante e teve influência sobre movimentos literários posteriores. Muitos nomes consagrados da literatura brasileira pertenceram à escola parnasiana. Nas duas últimas décadas do século XIX, quando o romantismo se esgotou, surgiu uma geração de poetas que optou pelo realismo e cientificismo, caminhos que desaguaram no parnasianismo.

O primeiro parnasiano brasileiro foi Luís Guimarães Júnior, que publicou, em 1880, Sonetos e rimas. Raimundo Correia, Olavo Bilac e Alberto de Oliveira fixaram movimento e foram os nomes que mais se destacaram.


Apesar de muito influenciado pelo parnasianismo francês, no Brasil o movimento encontrou caminho próprio ao desprezar as regras de objetividade, rigor científico e o realismo. Igual aos franceses, os brasileiros desprezavam o sentimentalismo romântico, mas, ao contrário deles, não rejeitaram o subjetivismo. No Brasil, os versos parnasianos adotaram o soneto alexandrino.

Versos Alexandrinos são versos de 12 sílabas, raramente de 13, muito difundido na Idade Média e cuja denominação, provavelmente, procede do Romance de Alexandre, de Lambert le Tort, Alexandre de Bernay e Pierre de Saint-Clouds. Atualmente, existem dois tipos de versos alexandrinos: o francês (12 sílabas) e o espanhol (13 sílabas), este raramente utilizado pela língua portuguesa. O verso alexandrino francês se subdivide em dois tipos: o clássico e o romântico.

O prestígio que os parnasianos alcançaram foi tão grande que, no final do século XIX, este ainda era o movimento oficial da literatura brasileira. Quando a Academia Brasileira de Letras foi fundada, em 1896, os poetas simbolistas, que começavam a se projetar, foram excluídos de sua composição em favor dos parnasianos, ainda considerados o que havia de mais perfeito na manifestação do pensamento brasileiro.

Somente em 1922, na Semana de Arte Moderna, alguém ousou desafiar a força do parnasianismo. Na segunda noite da semana, no Teatro Municipal de São Paulo, Ronald de Carvalho declamou o poema Os sapos, de Manuel Bandeira, ridiculizando o movimento que ainda dominava a vida literária do Brasil.


Outros importantes nomes brasileiros se destacaram no parnasianismo, entre eles, Machado de Assis, Artur Azevedo, Bernardo da Costa Lopes, Guimarães Passos e Vicente de Carvalho.

 

 

Sibele Ligório é contabilista, técnica em informática e acadêmica de Filosofia pela PUC - Campinas. É criadora do site Vida em Poesia.