O Classicismo

 

 

O Classicismo abrangeu os anos entre 1527 a 1580 e designa a arte e a literatura da Grécia e da Roma antigas, como preservação dos escritos clássicos da antigüidade, cuja leitura influenciou de forma acentuada o comportamento de uma época, sendo atemporal aos modismos.

Por meio dessas leituras clássicas, muitas correntes de pensamento, doutrinas e concepções da história, o homem pode solucionar muitos dos seus anseios, e por isso, o Classicismo é também conhecido como Renascimento.

A redescoberta da literatura grega e romana, não significa que os escritos que antecederam foram esquecidos. As obras de Platão e Aristóteles, ainda aplicadas na modernidade, foram fundamentos do pensamento da época.

Com o Renascimento, as obras dos pensadores antigos passaram a ter uma nova leitura, menos preconceituosa e de maior compreensão. Devido as obras da antigüidade refletirem muito do que pensava o homem da Renascença, o clássico foi considerado como a perfeição estética, um modelo para seguir.

Entre algumas características gregas e romanas que foram regras para o novo comportamento, destacaram-se:

Racionalismo: abandonando o medo criado pelo período medieval, o clássico atendeu às necessidades do homem de maneira racional, e a razão e a liberdade, foram elementos da nova realidade. No Classicismo português a razão era sobreposta ao sentimento.

Universalismo: a predominância da razão exigiu que a arte da época expressasse de maneira universal, desprezando o que é individual, particular e relativo.

Perfeição formal: ainda em função da razão, foi notada a lógica na organização do pensamento e a adoção de novas formas de composição, observando-se a correção gramatical, as estruturas lingüísticas que se aproximavam do latim clássico, a clareza na expressão do pensamento e a utilização discreta de figuras de linguagem.

Presença mitológica: as figuras mitológicas como deuses, ninfas e pastores, muito marcantes na antigüidade clássica também apareceram muito no Renascimento, justamente pela idéia de universal, deixando assim a tradição cristã e monoteísta do período medieval.

Supervalorização do homem: devido ao antropocentrismo, no Renascimento o homem teve maior preocupação com a vida terrena, com a Natureza e com a aventura, também contrariando o medieval.

 

Também foram transformações importantes:

O Capitalismo: que trouxe mudanças nas relações de trabalho, acirramento do comércio, introdução de novos valores como o dinheiro e a vida urbana, inexistentes no período medieval e invenções e melhoramentos técnicos. Devido a grande procura de mercadorias, principalmente as especiarias e mediante a necessidade de transporte, as viagens marítimas foram muito desenvolvidas.

A crise religiosa: a Igreja, até então dominante, teve que enfrentar o Protestantismo, divisão da Igreja Católica e Ortodoxa.

Os descobrimentos: os novos descobrimentos levaram o homem a uma nova concepção do Universo e de si mesmo, que passou a ter maiores amplitude de horizontes e de prosperidade econômica.

A imprensa: com o desenvolvimento da impressa, o acesso à cultura possibilitou ao homem um grande progresso.

Novas teorias: as teorias do astrônomo Copérnico de que o Sol ocupa o centro da Terra, que teve o apoio do físico e astrônomo Galileu Galilei, revolucionaram a história da humanidade, porém ambos foram duramente punidos pela Igreja.

Esses fatores levaram as imposições do feudalismo a sucumbir, dando ao mundo uma nova visão da política, religião, cultura, economia e sociedade.

 

 

 

Sibele Ligório é contabilista, técnica em informática e acadêmica de Filosofia pela PUC - Campinas. É criadora do site Vida em Poesia.