Vamos
conhecer um pouco de duas escritas antigas: a do Egito e da China,
ambas ideográficas:
Escrita
hieroglífica do antigo Egito
A escrita
egípcia foi iniciada aproximadamente em 3000 a.C. e se estendeu até
o inicio da era cristã, sendo substituída pelo alfabeto
grego.
De acordo com
alguns estudiosos, a escrita egípcia não teve a mesma forma de
evolução que a cuneiforme, que foi gradativa, ela evoluiu organizada
e planejada.
Mesmo sendo
da mesma época que a cuneiforme, não foi uma cópia daquela, embora
há características similares.
Um registro
muito importante, como método descritivo-representacional é a
palheta Narmer, de aproximadamente 2850 a.C., um pedaço de ardósia
onde os triunfos de um rei são representados. Alguns estudiosos vêem
em figuras dessa palheta uma conexão com os símbolos da escrita
posterior, mas o desenho como um todo não é um esboço da escrita e,
assim, não é possível demonstrar se esse foi um predecessor
verdadeiro da escrita egípcia.
Há três
formas de escrita egípcia:
A
hieroglífica era usada normalmente para fins cerimoniais,
como inscrições nas paredes das tumbas e dos templos, onde as marcas
eram escavadas na pedra e depois pintadas, e nos livros de textos
rituais e todos os símbolos, até mesmo os que indicam os sons da
linguagem, são pictogramas - executados cuidadosamente,
detalhadamente e com figuras reconhecíveis de pessoas, animais e
objetos.
As
hierática e demótica eram usadas para relatos e
cartas, feitas em papiros - hastes de folhas compridas encontradas
nas margens do rio Nilo. A argila nunca foi usada na escrita
egípcia, o que diferencia o número de documentos da escrita egípcia
da cuneiforme, pois o papiro era um material mais perecível que a
argila.
Os símbolos
da escrita hierática e demótica derivaram-se dos pictogramas
hieroglíficos, mas seu caráter é cursivo, não possuindo qualquer
qualidade pictórica. No método representativo da língua, mesmo com
aparência externa diferente, todas as escritas são
similares.
A escrita
chinesa
A escrita
chinesa originou-se em aproximadamente 1300 a.C. e ainda é usada nos
dias de hoje e parece ter-se desenvolvido da mesma maneira que a
escrita cuneiforme e iniciou como uma forma de escrita de certa
forma pictográfica.
As
representações mais antigas estão riscadas em pedaços de ossos. Há
também registros de inscrições em objetos de bronze e algumas em
pedra. Apesar de alguns símbolos antigos diferirem-se da escrita
moderna, feita pela prática de utilizar pincel e tinta, o princípio
da escrita chinesa quase não mudou.
Os símbolos
de palavras eram acompanhados de determinativos e destes símbolos
desenvolveu-se um grupo de símbolos silábicos. Porém, difere das
escritas cuneiforme e egípcia que fizeram uso extensivo de símbolos
fonéticos até que se tornaram predominantemente fonéticas, a escrita
chinesa foi sempre, exceto em breves períodos de reformas, limitada
pelo uso de símbolos silábicos, mantendo e multiplicando seus
símbolos de palavras.
No seu
surgimento eram utilizados nada além de 2500 símbolos diferentes, ou
caracteres, como são geralmente chamados, atualmente fazem parte da
escrita 40 a 50 mil caracteres, sendo a maioria deste número, uma
combinação de caracteres únicos.
É curioso que
independente do número de combinações de caracteres únicos em um
outro, o caractere resultante da combinação sempre tem a mesma
aparência e o mesmo tamanho que o outro caractere, e mesmo assim ele
representará apenas uma palavra.
![](imagens/barra.gif)
Sibele
Ligório é contabilista, técnica em informática
e acadêmica de Filosofia pela PUC - Campinas. É
criadora do site Vida em
Poesia. |