Gibran Khalil Gibran
nasceu em 06 de
dezembro de 1883, na cidade de Bisharri, norte do Líbano.
Não teve uma educação formal, porém aprendeu
inglês, francês e árabe e revelou cedo talento para a pintura,
inspirado por Leonardo da Vinci.
Em 1893, mudou-se com sua família, para uma
comunidade de imigrantes libaneses no bairro chinês de Boston.
Freqüentou a escola, onde passou a ser conhecido como Khalil e
participou de aulas de desenho, onde foi apresentado ao
fotógrafo Fred Holland Day, que lhe encomendava desenhos.
Em 1898, devolta ao Líbano, estudou
literatura francesa romântica e árabe. Em 1902, voltou para a
família, agora em instalada em Paris, porém antes de sua
chegada, morreu sua irmã Sultana, em seguida seu irmão Boutros
e poucos dias, sua mãe morreu de câncer, deixando-o com a irmã
caçula, Mariama.
Então, decidiu dedicar-se a vida como pintor.
Teve um romance com a jornalista Josephine Peabody, que o
apresentou a Mary Haskell, uma professora que foi também sua
patrocinadora e colaboradora. Como escritor, sua carreira
consolidou-se quando começou a escrever para o jornal de
emigrantes árabes Mohajer.
Seu primeiro livro AI-Musiqah foi
publicado em 1905, em seqüência outros artigos e livros, na
maioria criticando o Estado e a Igreja, até que em 1908,
quando seu livro de poemas em prosa, Ai-Arwah ai
Mutamarridah, foi proibido pelo governo sírio e
excomungado pela Igreja Sida.
Com ajuda de Mary Haskell permaneceu dois
anos em Paris, onde estudou pintura na École des Beaux-Arts e
na Académie Julien, realizando uma exposição em 1910.
Quando Mary Haskell recusou seu pedido de
casamento, mudou-se para Nova lorque e trabalhou como pintor
de retratos, fez exposições regularmente e publicou um livro
com seus desenhos.
Em 1920, Gibran tomou-se um dos fundadores de
uma sociedade literária chamada Arrabitali ou O Laço
da Pena e sua carreira como pintor e escritor já era
sólida, porém com problemas cardíacos começou a beber muito,
na tentativa de aliviar as dores no coração.
Sua obra-prima O Profeta, publicada em
1923, tem sucesso e repercussão ainda nos dias atuais.
Antes de morrer de insuficiência hepática e
tuberculose em 10 de abril de 1931, publicou outra obra de
sucesso Jesus, Filho do Homem (1928).
Abaixo transcrevemos parte da sua obra O
Profeta: "E uma mulher que acalentava um bebê disse, / -
Fale-nos de crianças... / E ele disse: - Tuas crianças não são
tuas crianças. Elas são os filhos da Vida que anseia por si.
Elas vieram através de ti mas não de ti, e a despeito de
estarem contigo elas não te pertencem.
Tu podes dar-lhes
teu amor mas não teus pensamentos, pois elas têm seus próprios
pensamentos. Tu podes hospedar seus corpos mas não suas almas,
pois suas almas habitam a casa do amanhã, que tu não podes
visitar, mesmo em teus sonhos.
Tu podes empenhar-te para seres como elas,
mas não tentes fazê-las serem como tu, pois a vida não caminha
para trás nem coabita com o ontem.
Tu és o arco do qual tuas crianças, como
flechas vivas, são impulsionadas. Arqueiro vede a marca sobre
a trajetória do infinito, a ele te dobra com seu poder para
que tuas flechas sigam velozes e para longe.
Deixes que a flexão na mão do arqueiro seja
para o contentamento e a felicidade; Pois assim como ele ama a
flecha que voa, Ele ama também o arco que seja firme"."