Como pode um ser
humano não saber ler? Como é possível atualmente alguém sequer
saber ler uma indicação de grafia tão simples, como por
exemplo: entrada ou saída?
A situação é
espantosa. É absurdamente desagradável sabermos que é grande o
número de pessoas nessas condições em estágio pré
homem-das-cavernas.
A leitura gráfica
deveria ter seu aprendizado concomitante com a fala. A medida
que a pessoa em idade infantil aprendesse a falar, também
aprendesse a ler.
Iniciamos este texto
falando da decodificação de apenas uma palavra por vez,
"entrada" ou "saída", porque elas isoladamente já expressam
uma sentença completa. Não precisam de nenhum outro vocábulo
para encerrar a idéia de que por determinado lugar se entra ou
se sai.
É claro que
exageramos no exemplo, porque queremos tratar aqui da leitura
gráfica de forma abrangente.
Queremos tratar da
compreensão de frases completas, contendo todas as figuras de
linguagem. Que contenham todos os sinais de pontuação. Pois
são eles que dão a melodia e a emoção. Sem eles, o texto seria
algo plano, sem as ondulações ou sinuosidades que modulam o
som dando o encanto em ouvi-lo, com os ouvidos físicos ou da
alma.
Com a massificação
das informações, a todo instante são despejadas sobre nós,
escritos via jornais, revistas, livros, cartas, e-mails,
painéis publicitários e tantas outra literaturas. Atropelados
pela pressa de ler tudo o que nos é posto diante dos olhos,
acabamos lendo mal.
Nem sempre extraímos
de um texto, tudo o que ele tem e quer nos dizer. Lemos e
entendemos mal porque observamos mal. Pela ânsia de ler tudo e
com tanta pressa, não conseguimos absorver o quanto podíamos
de um determinado escrito.
A prática da leitura
ainda é ínfima entre nós, até mesmo entre estudantes,
incluindo-se os universitários. Quando feita cercada do ritual
que ela exige, com concentração plena, em ambiente silencioso
e bem iluminado, resulta em sintonia entre aquilo que os olhos
vêem e que a mente recolhe. Assim o leitor tem o deleite
completo do bom entendimento.
É claro que cada
leitor tem um tipo de leitura predileta e que terá mais prazer
ao ler aquilo que mais lhe agrada. A colheita é proporcional
ao interesse.
A leitura requer
prática, treino e exercício constante. Por essas dedicações,
receberemos a recompensa da ilustre habilidade de ler com
entendimento pleno, a mensagem que o autor do texto quis nos
transmitir quando o elaborou.
Bons livros de
literatura, são materiais úteis para o exercício proposto,
como também para o lazer. Lendo-os ganha-se no mínimo
duplamente: pratica-se o exercício da leitura que é a
compreensão de textos e se desenvolve também a prática da
escrita, que é a outra ponta da linha.
Aprendendo ler
profundamente palavras, orações, frases e parágrafos é que se
aprende ler capítulos e obras inteiras. É um aprendizado de
evolução gradual. Mas será que tem outra forma? Não, não tem.
O método do contínuo
aprendizado, é o que leva ao pleno conhecimento. As
habilidades vão sendo desenvolvidas em ritmo ideal. As
dificuldades de compreensão diminuem pouco a pouco, até
desaparecerem totalmente.
Esta é a porta de
entrada para o mundo encantado da leitura e é a porta de saída
da ignorância, transformando assim, uma habilidade
desconhecida em uma peculiar, familiar e amiga.
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