O Modernismo

 

 

Nos início do século XX, novas correntes artísticas começaram a circular pela Europa e a grande parte do mundo ocidental encontrava-se em meio a transformações sociais, políticas, econômicas, tecnológicas e culturais, modificando de forma acentuada a forma de viver e de sentir o mundo do homem moderno.

Invenções como o rádio, o telefone, o automóvel e o cinema, rapidamente passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas. A industrialização intensa proporcionou às classes dominantes conforto, segurança e otimismo em relação ao futuro. Esse período ficou conhecido como belle époque. Também marcada como uma época de efervescência artística, principalmente em Paris, então reduto de artistas vindos de todas partes do mundo, envolvidos pela vida dinâmica e cultural que a cidade proporcionava. Com a mesma intensidade, surgiu um novo movimento: o modernismo.

O modernismo representa dois movimentos, o primeiro iniciado na América espanhola, no final do século XIX; e o outro, no Brasil, entre as décadas de 1920 e 1930, que abrangeu a literatura e as artes plásticas.

Tanto na América espanhola como no Brasil foi uma revolução estética, que transformou as linguagens literária e visual, requerendo o abandono das estruturas herdadas do período colonial.


 

O Modernismo Hispano-Americano

Na América espanhola iniciou-se com Rubén Darío, nicaragüenseo, com a publicação de seu livro Azul (1888), no Chile, de texto em verso e prosa. Desde então, o modernismo se estendeu por todos os países da lingua hispânica.

Sob a influência de de Darío, outros escritores surgiram a favor do modernismo, como do mexicano Gutiérrez Nájera, do argentino Leopoldo Lugones, do uruguaio Júlio Herrera y Reissig, do peruano José Santos Chocano e do colombiano Guillermo Valencia.


Rubén Darío e seus seguidores, principalmente em virtude da revalorização de antigas fontes hispânicas esquecidas, renovaram o forma léxica da língua espanhola falada nas Américas, utilizando-se do uso de novas metáforas, novos tipos de versificação e cadências do verso. O preciosismo, a delicadeza, o exotismo, a alusão a nobres mundos desaparecidos criam a paisagem modernista, consolidada na América Latina.



O Modernismo No Brasil

No Brasil, o movimento que se iniciou na Semana de Arte Moderna de 1922, revolucionou todas as manifestações artísticas do país.

Ricamente influenciado por Filippo Marinetti, escritor e militante político italiano, fundador e principal expoente do futurismo, o modernismo brasileiro foi se preparando para explodir desde 1912, quando Mário de Andrade trouxe da Europa o Manifesto Futurista, de Marinetti.

Buscando o direito à pesquisa estética, a renovação e atualização do pensamento brasileiro e a formação de uma consciência nacional criadora, o modernismo, segundo Mário de Andrade no artigo "Modernismo e ação", tentava encontrar o novo: "Na língua, no amor, na sociedade, na tradição, na arte nós realizaremos o brasileiro. Todo sacrifício por esse ideal é bonito e não será vão. Deixaremos de ser estaduais pra sermos nacionais enfim. Deixaremos de ser afrancesados, deixaremos de ser aportuguesados, germanizados, não sei que mais, pra nos abrasileirarmos. Eu tenho o orgulho já de dizer que sou um brasileiro abrasileirado."

Na literatura, artes plásticas e música destacaram-se os nomes de Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Oswald de Andrade, Annita Malfatti, Tarsila do Amaral, Villa-Lobos, Vitor Brecheret, Guilherme de Almeida, Graça Aranha, entre outros.

 

 

 

Sibele Ligório é contabilista, técnica em informática e acadêmica de Filosofia pela PUC - Campinas. É criadora do site Vida em Poesia.