Recentemente assistindo o tele-jornal da manhã,
o apresentador despejava notícias e mais notícias, que logo
cedo deixa qualquer um zonzo e faz perder a fome diante de
tanto
horror.
Quase todas as notícias falavam sobre
desastres, assaltos, roubos, mortes, prisões, fugas, e talvez
pressentindo que alguém pudesse mudar de canal, ele soltou a
frase: “não perca nosso programa telespectador, não mude de
canal, fique ultra informado logo pela manhã, antes de chegar
ao seu trabalho, assim você terá o que contar aos seus
colegas!”.
Andando de um
lado para outro, o apresentador, pedia mais imagens, queria
detalhes, nomes, tudo para deixar você, telespectador, ultra
informado!
Que forma de começar o dia! Que se dependesse
das notícias não seria um dia
bom.
Mas por quê e pra quê tanta informação sobre
acontecimentos, que na maioria são ruins ou sem nenhuma
utilidade prática?
As informações são cada vez mais accessíveis.
Elas que antes dependiam do diz-que-diz, do rádio, do
telégrafo, da carta ou de um viajante que as trazia de alguma
região ou parente distante e que quando chegavam, já eram
velhas, agora jorram por todos os meios e formas possíveis de
comunicação: e-mail, Internet, celulares, jornais, rádios e
claro, principalmente a
televisão.
Agora elas não são mais limitadas ao nosso
país, são mundiais e quem sabe, logo vamos receber também as
de outros planetas em tempo real!
O papa que está internado em um hospital
declarou que se desejar saber como vai sua saúde, basta ler os jornais,
que falam mais do que os
médicos!
Grande parte dos meios de comunicação ou talvez
do excesso de comunicação, parecem não estar muito preocupados
com os ouvidos dos destinatários dos seus trabalhos, querem
mais é deixar todos ultra
informados.
Agora a moda é conversar com os BBB’s, ouvir o
que falam entre si, falar com outros fãs do programa, opinar,
e ainda pagar por tudo isso! Ficar ultra informado tem seu
preço! E não são poucos os que investem neste tipo de
informação descartável.
No final do dia, depois das notícias da manhã,
e as do meio-dia, é a vez dos jornais noturnos. Agora não são
apenas ultras, são ultra-hiper-megas informados, acumularam
mais de dez horas de horrores para contar em primeira-mão ao
telespectador que acabou de chegar do trabalho depois de um
dia cansativo, ou de procurar um emprego o dia inteiro, sem
nenhum resultado.
Antes de ouvir e ver tantas notícias, alguns
programas bem que poderiam exibir uma mensagem parecida com as
que antecedem aos comerciais de cigarros e bebidas: ficar
ultra-informado é prejudicial à saúde.
Mas e a qualidade da informação, onde fica?
Esta é uma pergunta para os meios de comunicação. Claro que
muitas vezes independente de querermos ou não, elas chegam ao
seu destino, que somos nós. Mas que tal às vezes ficarmos um
“mini-informado”? Como? Mudando-se de canal ou afastando-se
completamente desse bombardeio
verbal.
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