O Romantismo foi movimento
literário que dominou a literatura européia desde o final do
século XVIII até meados do século XIX. Caracteriza-se por sua
entrega à imaginação e à subjetividade, pela liberdade de
pensamento e de expressão e pela idealização da natureza. O
romantismo nasceu em oposição ao classicismo e representa a
estética e os anseios da classe burguesa em ascensão.
Acredita-se que o romantismo tenha tido início na Escócia,
Inglaterra e Alemanha, países europeus mais desenvolvidos, mas
foi somente na França, após a revolução de 1789, que o
movimento se expandiu.
Até finais do século
XVIII, os gostos literários na Alemanha e na França
separaram-se progressivamente das tendências clássicas e
neoclássicas. Os autores românticos encontram sua primeira
fonte de inspiração na obra de grandes pensadores europeus: o
filósofo francês Jean-Jacques Rousseau e o escritor alemão
Johann Wolfang von Goethe.
O espírito
romântico
Foi Rousseau quem
estabeleceu o culto ao indivíduo e celebrou a liberdade do
espírito humano ao afirmar: "Sinto antes de pensar". Goethe e
outros alemães incidiram em aspectos mais formais, ao exaltar
o espírito romântico manifestado nas canções populares alemãs,
na arquitetura gótica e nas obras do inglês Shakespeare.
Goethe, inclusive, se propôs a imitar a liberdade estilística
de Shakespeare em seu Götz von Berlichingen (1773), um
drama histórico que justifica a insurreição contra a
autoridade política, inaugurando o movimento literário
conhecido como Sturm und Drang, considerado o precursor
do romantismo alemão.
Com a difusão do movimento
romântico aos demais países da Europa, certos temas e atitudes
tornaram-se o centro das preocupações dos escritores do século
XIX.
O
Anarquismo
Grande parte dos
movimentos libertários e abolicionistas do final do século
XVIII e princípio do século XIX originaram-se em conceitos da
filosofia romântica. O desejo de libertar-se das convenções e
da tirania, a valorização dos direitos e da dignidade do ser
humano, a política e os temas sociais foram temas-chaves na
poesia e na prosa românticas em todo o mundo
ocidental.
A
Natureza
Outra característica do
romantismo foi sua preocupação com a natureza. O prazer que
proporcionam os lugares virgens e a presumível inocência dos
habitantes do mundo rural, ganham o status de tema literário
pela primeira vez na história da arte.
A paixão pelo
exôtico
Os escritores românticos
ampliaram seus horizontes imaginários no espaço e no tempo. A
nostalgia pelo passado gótico. fundiu-se à tendência
melancólica, gerando uma atração especial pelas ruínas,
cemitérios e sobrenatural.
O Romantismo no
Brasil
Na literatura brasileira, o
romantismo assumiu caráter de movimento anti-colonialista.
Este traço nacionalista permitiu que os escritores explorassem
temas como o indigenismo, o folclore, o regionalismo, além de
tentarem estabelecer, pela primeira vez, uma língua literária
brasileira. Suspiros e Saudades, de Gonçalves de
Magalhães, publicado em 1836, é o marco inicial do movimento
romântico brasileiro. A ele seguiram-se três gerações de
poetas românticos. A primeira - nacionalista, indigenista e
religiosa - tem em Gonçalves Dias seu nome mais expressivo. Na
segunda - também conhecida como ultra-romantismo e com
características pessimistas, egocêntricas e mórbidas —
destacaram-se Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes
Varela e Junqueira Freire. A terceira geração, ou Grupo
Condoreiro, é representada pelo poeta Castro Alves que, com
seus versos, defendeu a abolição da escravatura e as
ideologias liberais.
Fonte: Enciclopédia
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